terça-feira, 25 de setembro de 2012

Storytelling - contar histórias

As histórias já fazem parte da nossa evolução como ser humano, o que existe realmente de "novo" sobre o ato de contar estas histórias é "o uso intencional da narrativa para atingir um resultado prático, com um indivíduo, uma comunidade ou uma organização."(1)

O Storytelling é uma ferramenta muito relevante porque auxilia as organizações na transmissão de conhecimento. Para que seja realmente uma mais valia precisa transmitir os valores e ideias associadas que estão em acordo com o que se pretende comunicar e com os objetivos que se pretende atingir.

A Comunicação só tem real valor e faz sentido quando já tem em si um objetivo definido, desta forma, no Storytelling isso não seria diferente, ou seja, é necessário investigar histórias que possam transmitir as informações, perceber claramente se a história que a organização pretende contar cumprirá o objetivo definido, caso contrário, não fará qualquer sentido estar a contar a história.

Com a recolha das histórias faz-se necessário ter em atenção os valores e conceitos, assim aplicar uma metodologia para organizar a "narrativa". Neste sentido, ter a história adequada e compreender como pode fazer o melhor uso para divulgá-la, nada mais do "de que forma contará a história", por exemplo, uma história sobre acidentes de trabalho pode ser feita de tal forma que mostre aos colaboradores a importância de seguir as regras de segurança estabelecidas para evitar que certos acidentes aconteçam, tem uma função de alertar para alterar comportamentos e levar as pessoas a compreenderem como devem agir.

No livro Roma de Steven Saylor, numa conversa sobre Aníbal, o grande guerreiro cartaginês, podemos observar a história a ser contada de forma que alterassem os comportamentos na seguinte passagem dita por Cipião: "...e dizem que, a seguir, teve um sonho relativo ao futuro: que um Deus o montou às costas de uma serpente gigantesca, no dorso da qual ele percorreu a terra inteira, desenraizando árvores e rochas e destruindo tudo a sua passagem. Segundo Aníbal, este sonho queria dizer que ele estava destinado a semear a destruição em Itália. - Foi isso que ele contou aos soldados – comentou Quinto, com um sorriso de través. – O mais provável é ter inventado este sonho para os convencer."
Como se verifica no excerto do livro referido anteriormente, Aníbal contou uma história que alcançou o objetivo pretendido e alterou o comportamento dos soldados.

Há muitas formas de contar as histórias, as organizações podem recorrer aos casos escritos, aos vídeos com pequenas histórias, imagens entre outros. Na sociedade da informação a mensagem é transmitida de uma forma mais rápida e algumas pessoas questionam-se se contar histórias não é algo do passado, mas é exatamente neste pormenor que reside uma grande diferença, pois as histórias podem ser contadas de uma forma mais atual e eficaz com o uso das novas tecnologias.

As histórias podem ser mais atrativas para que as pessoas prestem atenção e incorporem o espírito da ideia transmitida, sejam capazes de agir em função do que lhes foi dito. Esta eficácia no ato de contar as histórias é possível quando existe uma identificação por parte dos receptores. Esta estratégia não deve apenas transmitir uma informação, é necessário que inspire as pessoas, tendo por base que as pessoas não são inspiradas pela razão. Uma das falhas do Storytelling é o fato de "desprezar" a emoção, afinal, o ato de contar histórias deve aproximar as pessoas, desenvolver as relações e ajudar-nos a identificar que todos têm problemas em comum.

O Storytelling deve solidificar os valores e as crenças que são comuns, trazer para dentro da organização um espírito de equipe mais forte e suficientemente motivador a fim de gerar um comprometimento entre todos para um bem estar coletivo.

Sendo assim, conte uma história coerente e atinja os objetivos pretendidos.

http://www.youtube.com/watch?v=Cs7LlSaYf6s

(1)Haase, F. A. (2011) 'Your Story is Told, Your Issue is Handled’: The Myth of Social Activity Corporate Storytelling in English-Speaking Business Communication in the Age of Technically Mediated Orality.

4 comentários:

  1. Muito bom. Uma forma de escrever acessível, interessante e estimulante, já para não falar do valor acrescentado de cada post. Parabéns.

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    1. Há tantos temas interessantes, que possamos encontrá-los e dar uma forma mais simples para partilhá-los. Obrigada ;)

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    1. Obrigada, Denis! Um leitor e comentador assíduo, é motivador ;)

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