sábado, 29 de setembro de 2012

Relacionamento e tecnologia: A sua TV e você


Estamos na contramão da sociedade que nos facilita à vida em termos de tecnologias e ao mesmo tempo nos "obriga" a movimentarmo-nos mais.
Em tempos era comum uma saída (ou várias) do sofá para carregarmos no botão Liga/desliga, aumentar o volume e mudar os canais da televisão. Alguém se lembra desta maratona?
As tecnologias aparecem de uma forma tão rápida que nem nos damos conta das transformações do nosso dia-a-dia, não paramos para pensar sobre estas coisas, incorporamos a revolução sem nos questionarmos. 
Seja bem-vindo controle remoto ou comando, como alguns preferem. Aparece-nos com os seus botões mais simples e mal nos acostumamos, já somos levados à compra de novos aparelhos e com controles cada vez mais sofisticados. Nossa vida no sofá parece maior, já não nos levantamos com a mesma frequência e ao mesmo tempo nem ficamos fidelizados em alguns programas, isso nos acontecia quando não tínhamos mais vontade de abandonar o "amigo sofá" para carregar no botão da TV para mudarmos de canal.
É espetacular pensar sobre estas transformações, ver o quanto o mundo evolui e fazemos parte destes momentos. Os nossos planos alteram-se, passamos de quem tem uma tv com caixa enorme, para as mais finas, bem-vindo lcd, plasma e led, depois "insatisfeitos" podemos comprar o leitor de vídeo e mais tarde, que nada, queremos o leitor de dvd e sem falar que o termo Blu-ray já é incorporado aos nossos discursos.
Assim, só neste pequeno texto, já falamos de vários anos e chegamos ao momento em que o controle remoto que vive num lugar diferente de onde estamos procurando, acabou de encontrar os seus dias de "adeus", mexemos a mão ou falamos o que pretendemos e lá vai à nossa tv atender os nossos pedidos :)
Fazer zapping deve ser para perder a voz.
Brincadeiras à parte, a ideia simples deste texto é brincar com o tempo e ver o quanto nem pensamos no quanto as coisas simples transformam a nossa vida.

Qual o "brinquedo" que você quer neste momento?

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Loucuras picantes e históricas

Os Amantes - Auguste Rodin

“Que loucuras cometemos na cama de dois travesseiros”
Para os amantes de plantão, pode até parecer uma frase leve, mas com muita intensidade e podem mesmo arriscar que se trata de um comum mortal, mesmo que o dono desta preciosidade seja mortal, não é de todo um desconhecido. Talvez a nossa memória não nos leve a pensar que o autor desta e de tantas outras demonstrações de amor faça parte da nossa história.
O “Nosso Imperador D. Pedro II” é o escritor de belas cartas de amor para a sua amante, no entanto, esta informação faz parte de uma recente descoberta sobre as ditas cartas escritas pelo “louco amante”.
Interessante saber que para além desta parte, D. Pedro II era casado com Teresa Cristina e que a história deste envolvimento tem uns traços “engraçados” e que em muito remetem para o tempo atual em que as pessoas fazem parte de redes sociais. Vamos à história e perceberão como o passado nem sempre fica muito diferente do que acontece no presente.
D. Pedro II recebeu uma fotografia e “revelava uma jovem e bela mulher, o que o levou a aceitar a proposta. Eles foram casados por procuração em Nápoles em 30 de maio de 1843. A nova Imperatriz do Brasil desembarcou no Rio de Janeiro em 3 de setembro. Ao vê-la pessoalmente o Imperador aparentou estar claramente decepcionado. A pintura que havia recebido era claramente uma idealização; a Teresa Cristina real era baixa, um pouco acima do peso, coxa e apesar de não ser feia, também não era bonita. Ele fez pouco para esconder sua desilusão. Um observador afirmou que ele deu às costas a Teresa Cristina, outro disse que ele estava tão chocado que precisou sentar, e é possível que ambos tenham ocorrido. Naquela noite Pedro II chorou e reclamou para Mariana de Verna, "Eles me enganaram, Dadama!"Foram necessárias horas para convencê-lo de que o dever exigia que ele seguisse em frente com o matrimônio.”(1)
Vejamos que a troca e envio de informação que em nada corresponde à realidade já vem do passado, andam apenas a copiar a ideia.
No livro “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, o autor Leandro Narloch relata numa passagem que “quando se fala em escândalos sexuais da monarquia brasileira, logo vem à lembrança as cenas picantes de D. Pedro I. Pouca gente se lembra que o filho dele (...) também deu as suas puladas de cerca.” Com a sua grande paixão por Luísa Margarida de Barros Portugal, “o casal trocou mensagens com uma frequência que impressiona, chegaram aos dias de hoje 820 cartas escritas pelo imperador (...) e acredita-se que ela lhe tenha escrito pelo menos 1000 mensagens (como ele costumava queimar as cartas depois de as ler, apenas 90, restam intactas).”
Quanto à citação inicial, não foi escrita para a Condessa de Barral, apesar desta intensa troca de mensagens, as “histórias mais picantes” foram para a Condessa de Villeneuve, sendo que “algumas mensagens para a condessa lembram o pai.”
E terminamos com mais uma mensagem do Imperador D. Pedro II:
“Não consigo mais segurar a pena, ardo de desejo de te cobrir de carícias” (7 de maio de 1884)
Fonte: Narloch, Leandro (2011) Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, pp.287

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Parabéns, Google


Não podemos deixar passar a comemoração deste dia, afinal, o nosso grande amigo Google faz 14 anos, ainda é um adolescente, mas tem muito conhecimento.

Algum usuário da net consegue neste momento ficar sem o Google?

Dizem que ele é o amigo inseparável dos estudantes e dos mais diversos profissionais.

Só fica o alerta para algo que nos parece tão óbvio, mas que fica esquecido para muitos. Plágio é crime, não copie o trabalho de outras pessoas fazendo que é seu, afinal, você um dia será descoberto e poderá ser punido.

Faça pesquisas, respeite os autores e aproveite para aprender mais e desenvolver o seu raciocínio.

Respeite e crie um melhor ambiente na internet.

Parabéns ao nosso menino e para nós que fazemos parte dele ;)

História e Memória

A história e a memória sempre fizeram parte daqueles conceitos que nos parecem familiares e que nem tentamos defini-los, no entanto, existe muito para aprender sobre os mesmos. Podemos pensar na história desde a Antiguidade, sendo Heródoto considerado o “pai da história” e avançar por outros aspectos em que os estudiosos consideram a história muito mais do que uma simples análise do passado, mas um conhecimento do presente.
Quanto à memória, segundo Pollak (1992) além dos acontecimentos, existem outros ‘elementos constitutivos da memória’. Desta forma, “a memória é constituída por pessoas, personagens (...) encontradas no decorrer da vida, (...) frequentadas por tabela, indiretamente, mas que, (...) se transformaram quase que em conhecidas , e ainda de personagens que não pertenceram necessariamente ao espaço-tempo da pessoa.”(1)
Podemos observar que existem situações que nos remetem para a nossa infância e nem conseguimos falar num tempo cronológico, as visitas à casa da vovó e o cheiro da comida que ainda somos capazes de sentir. Por outro lado, contamos situações que nem sabemos se fizemos parte ou não delas, estão enraizadas na nossa memória. Noutros casos, temos a memória coletiva em que alguns momentos históricos parecem que são “nossos”, mesmo que não tenhamos qualquer participação nos mesmos.
Imagine o que as grandes guerras significam até mesmo para quem não as viveu, quem não esteve presente ou para aqueles que indiretamente sofreram os efeitos da mesma. Fazem parte da memória e sentimo-nos parte desta história. O Holocausto traz algo à sua memória?
Uma das ideias importantes sobre a memória é que “é seletiva, nem tudo fica gravado. Nem tudo fica registrado.” (2)
Se passarmos para a forma como guardamos as informações, teremos muito o que dizer sobre a memória, por hoje, terminaremos assim: Como foi o seu primeiro beijo?
Pollak, Michael (1992) “Memória e identidade social”, Revista Estudos Históricos, pp.202-203

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sucesso

 
O que é sucesso para você?
Quando pensamos no passado de J.K. Rowling em que escrevia pelos cafés do Porto, talvez a mesma não imaginasse que a sua vida mudaria completamente com “Harry Potter”. Hoje podemos dizer que alcançou o "sucesso profissional" e que os seus livros são vendidos em grande escala.
O que faz com que a escritora J.K. Rowling seja diferente de muitos?
Será que você deseja “sucesso”, mas nem sabe o que ele significa para você?
Com as novas tecnologias, passamos de antigos receptores de informação para emissores/receptores, atualmente temos um papel enquanto protagonistas. Através das redes sociais estabelecemos maiores contactos e podemos fazer a nossa opinião chegar aos que não alcançaríamos de outra forma.
Agora os “famosos” estão mais acessíveis e podemos subscrever as atualizações, falar com pessoas que admiramos e buscar um segundo de atenção de quem antes era apenas um “sonho”.
Com estas facilidades, muitas pessoas sonham com o “sucesso” advindo de vídeos publicados, partilha de imagens e muitas outras formas, somos confrontados com pessoas que gravam tudo que têm vontade e postam para o mundo para conseguirem algumas visualizações. O anonimato em confronto com a falta de privacidade.
Existe limite, o certo e errado para quem pretende ter "sucesso"? Não se esqueça que começamos com o que é sucesso para você ;)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Storytelling - contar histórias

As histórias já fazem parte da nossa evolução como ser humano, o que existe realmente de "novo" sobre o ato de contar estas histórias é "o uso intencional da narrativa para atingir um resultado prático, com um indivíduo, uma comunidade ou uma organização."(1)

O Storytelling é uma ferramenta muito relevante porque auxilia as organizações na transmissão de conhecimento. Para que seja realmente uma mais valia precisa transmitir os valores e ideias associadas que estão em acordo com o que se pretende comunicar e com os objetivos que se pretende atingir.

A Comunicação só tem real valor e faz sentido quando já tem em si um objetivo definido, desta forma, no Storytelling isso não seria diferente, ou seja, é necessário investigar histórias que possam transmitir as informações, perceber claramente se a história que a organização pretende contar cumprirá o objetivo definido, caso contrário, não fará qualquer sentido estar a contar a história.

Com a recolha das histórias faz-se necessário ter em atenção os valores e conceitos, assim aplicar uma metodologia para organizar a "narrativa". Neste sentido, ter a história adequada e compreender como pode fazer o melhor uso para divulgá-la, nada mais do "de que forma contará a história", por exemplo, uma história sobre acidentes de trabalho pode ser feita de tal forma que mostre aos colaboradores a importância de seguir as regras de segurança estabelecidas para evitar que certos acidentes aconteçam, tem uma função de alertar para alterar comportamentos e levar as pessoas a compreenderem como devem agir.

No livro Roma de Steven Saylor, numa conversa sobre Aníbal, o grande guerreiro cartaginês, podemos observar a história a ser contada de forma que alterassem os comportamentos na seguinte passagem dita por Cipião: "...e dizem que, a seguir, teve um sonho relativo ao futuro: que um Deus o montou às costas de uma serpente gigantesca, no dorso da qual ele percorreu a terra inteira, desenraizando árvores e rochas e destruindo tudo a sua passagem. Segundo Aníbal, este sonho queria dizer que ele estava destinado a semear a destruição em Itália. - Foi isso que ele contou aos soldados – comentou Quinto, com um sorriso de través. – O mais provável é ter inventado este sonho para os convencer."
Como se verifica no excerto do livro referido anteriormente, Aníbal contou uma história que alcançou o objetivo pretendido e alterou o comportamento dos soldados.

Há muitas formas de contar as histórias, as organizações podem recorrer aos casos escritos, aos vídeos com pequenas histórias, imagens entre outros. Na sociedade da informação a mensagem é transmitida de uma forma mais rápida e algumas pessoas questionam-se se contar histórias não é algo do passado, mas é exatamente neste pormenor que reside uma grande diferença, pois as histórias podem ser contadas de uma forma mais atual e eficaz com o uso das novas tecnologias.

As histórias podem ser mais atrativas para que as pessoas prestem atenção e incorporem o espírito da ideia transmitida, sejam capazes de agir em função do que lhes foi dito. Esta eficácia no ato de contar as histórias é possível quando existe uma identificação por parte dos receptores. Esta estratégia não deve apenas transmitir uma informação, é necessário que inspire as pessoas, tendo por base que as pessoas não são inspiradas pela razão. Uma das falhas do Storytelling é o fato de "desprezar" a emoção, afinal, o ato de contar histórias deve aproximar as pessoas, desenvolver as relações e ajudar-nos a identificar que todos têm problemas em comum.

O Storytelling deve solidificar os valores e as crenças que são comuns, trazer para dentro da organização um espírito de equipe mais forte e suficientemente motivador a fim de gerar um comprometimento entre todos para um bem estar coletivo.

Sendo assim, conte uma história coerente e atinja os objetivos pretendidos.

http://www.youtube.com/watch?v=Cs7LlSaYf6s

(1)Haase, F. A. (2011) 'Your Story is Told, Your Issue is Handled’: The Myth of Social Activity Corporate Storytelling in English-Speaking Business Communication in the Age of Technically Mediated Orality.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Responsabilidade Social - uma utopia?

Quantas vezes deparamo-nos com a expressão "Responsabilidade Social" e as organizações buscam convencer-nos do quanto pensam no bem-estar da sociedade quando realizam às suas ações. Está na moda o uso da expressão que no passado alguns chamavam de cidadania. Será que mudamos tanto? Será que as organizações passaram a preocupar-se demasiado com este lado da "responsabilidade social"?

Muitos são os que acreditam que as organizações só sobrevivem atualmente quando pensam que a responsabilidade social é algo imensamente importante para o seu desenvolvimento, outros, no entanto, acreditam que é apenas um caminho para a busca dos lucros. Há quem duvide completamente que as organizações sejam responsáveis socialmente e que gastam mais em publicitar os projetos do que realmente no investimento dado aos mesmos.

Com a existência de tantas ideias sobre o que será a Responsabilidade Social, recorremo-nos ao livro Gestão de Marketing e Comunicação, onde o autor Mitsuru Higuchi Yanaze remete-nos para um exemplo que nos faz pensar sobre a "Empresa cidadã e empresa socialmente responsável".

"Um exemplo para entender a subtil diferença entre um comportamento e outro. Imagine uma indústria que, para fabricar seus produtos, se utiliza de um rio que passa no seu entorno, poluindo-o. Após algum tempo, mediante pressão da sociedade, governos e ONGs ambientalistas, essa empresa resolve despoluir as águas. A organização foi socialmente responsável? Não! Pois a ela nunca foi dado o direito de contaminar o meio ambiente. Repensando sua atitude, ela tomou apenas e tão somente uma atitude cidadã. Se, por sua vez, uma empresa situada ao lado desta indústria, e que nunca poluiu aquelas águas, voluntariamente se dispõe a pôr em execução ou a apoiar  um projeto para recuperá-las, então é possível afirmar que essa organização adotou uma medida socialmente responsável. Uma empresa pode se candidatar a ser socialmente responsável somente quando não houver nenhuma dúvida por parte dos seus stakeholders com relação ao cumprimento efetivo de suas obrigações. Por essa razão é que não existem - e dificilmente existirão - empresas socialmente responsáveis (...) no sentido estrito da expressão."

Mais uma forma de pensar sobre a Responsabilidade Social e juntar aos conceitos aprendidos, questionar-se, refletir e acima de tudo compreender que muitos contribuem para que possamos alargar os conhecimentos e não acreditar numa "verdade única".