segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Responsabilidade Social - uma utopia?

Quantas vezes deparamo-nos com a expressão "Responsabilidade Social" e as organizações buscam convencer-nos do quanto pensam no bem-estar da sociedade quando realizam às suas ações. Está na moda o uso da expressão que no passado alguns chamavam de cidadania. Será que mudamos tanto? Será que as organizações passaram a preocupar-se demasiado com este lado da "responsabilidade social"?

Muitos são os que acreditam que as organizações só sobrevivem atualmente quando pensam que a responsabilidade social é algo imensamente importante para o seu desenvolvimento, outros, no entanto, acreditam que é apenas um caminho para a busca dos lucros. Há quem duvide completamente que as organizações sejam responsáveis socialmente e que gastam mais em publicitar os projetos do que realmente no investimento dado aos mesmos.

Com a existência de tantas ideias sobre o que será a Responsabilidade Social, recorremo-nos ao livro Gestão de Marketing e Comunicação, onde o autor Mitsuru Higuchi Yanaze remete-nos para um exemplo que nos faz pensar sobre a "Empresa cidadã e empresa socialmente responsável".

"Um exemplo para entender a subtil diferença entre um comportamento e outro. Imagine uma indústria que, para fabricar seus produtos, se utiliza de um rio que passa no seu entorno, poluindo-o. Após algum tempo, mediante pressão da sociedade, governos e ONGs ambientalistas, essa empresa resolve despoluir as águas. A organização foi socialmente responsável? Não! Pois a ela nunca foi dado o direito de contaminar o meio ambiente. Repensando sua atitude, ela tomou apenas e tão somente uma atitude cidadã. Se, por sua vez, uma empresa situada ao lado desta indústria, e que nunca poluiu aquelas águas, voluntariamente se dispõe a pôr em execução ou a apoiar  um projeto para recuperá-las, então é possível afirmar que essa organização adotou uma medida socialmente responsável. Uma empresa pode se candidatar a ser socialmente responsável somente quando não houver nenhuma dúvida por parte dos seus stakeholders com relação ao cumprimento efetivo de suas obrigações. Por essa razão é que não existem - e dificilmente existirão - empresas socialmente responsáveis (...) no sentido estrito da expressão."

Mais uma forma de pensar sobre a Responsabilidade Social e juntar aos conceitos aprendidos, questionar-se, refletir e acima de tudo compreender que muitos contribuem para que possamos alargar os conhecimentos e não acreditar numa "verdade única".

4 comentários:

  1. Eu desconfio sempre das empresas que divulgam imensa informação sobre a acção x ou y e querem passar a imagem de bonzinhos.
    Mas fica sempre a dúvida. Uma parte de mim tenta acreditar que talvez haja uma preocupação válida e concreta com o outro. Tudo isto porque sou uma eterna romântica...

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    1. A ideia é mesmo criar este espírito de reflexão ;) Gostei imensamente desta forma de analisar a responsabilidade social e a "empresa cidadã". Seja eternamente romântica e participativa ;)

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  2. Respostas
    1. Muito obrigada, Denis. Ainda bem que você gostou, assim estará presente, guarda nos favoritos e faça um hábito :)

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