sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Loucuras picantes e históricas

Os Amantes - Auguste Rodin

“Que loucuras cometemos na cama de dois travesseiros”
Para os amantes de plantão, pode até parecer uma frase leve, mas com muita intensidade e podem mesmo arriscar que se trata de um comum mortal, mesmo que o dono desta preciosidade seja mortal, não é de todo um desconhecido. Talvez a nossa memória não nos leve a pensar que o autor desta e de tantas outras demonstrações de amor faça parte da nossa história.
O “Nosso Imperador D. Pedro II” é o escritor de belas cartas de amor para a sua amante, no entanto, esta informação faz parte de uma recente descoberta sobre as ditas cartas escritas pelo “louco amante”.
Interessante saber que para além desta parte, D. Pedro II era casado com Teresa Cristina e que a história deste envolvimento tem uns traços “engraçados” e que em muito remetem para o tempo atual em que as pessoas fazem parte de redes sociais. Vamos à história e perceberão como o passado nem sempre fica muito diferente do que acontece no presente.
D. Pedro II recebeu uma fotografia e “revelava uma jovem e bela mulher, o que o levou a aceitar a proposta. Eles foram casados por procuração em Nápoles em 30 de maio de 1843. A nova Imperatriz do Brasil desembarcou no Rio de Janeiro em 3 de setembro. Ao vê-la pessoalmente o Imperador aparentou estar claramente decepcionado. A pintura que havia recebido era claramente uma idealização; a Teresa Cristina real era baixa, um pouco acima do peso, coxa e apesar de não ser feia, também não era bonita. Ele fez pouco para esconder sua desilusão. Um observador afirmou que ele deu às costas a Teresa Cristina, outro disse que ele estava tão chocado que precisou sentar, e é possível que ambos tenham ocorrido. Naquela noite Pedro II chorou e reclamou para Mariana de Verna, "Eles me enganaram, Dadama!"Foram necessárias horas para convencê-lo de que o dever exigia que ele seguisse em frente com o matrimônio.”(1)
Vejamos que a troca e envio de informação que em nada corresponde à realidade já vem do passado, andam apenas a copiar a ideia.
No livro “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, o autor Leandro Narloch relata numa passagem que “quando se fala em escândalos sexuais da monarquia brasileira, logo vem à lembrança as cenas picantes de D. Pedro I. Pouca gente se lembra que o filho dele (...) também deu as suas puladas de cerca.” Com a sua grande paixão por Luísa Margarida de Barros Portugal, “o casal trocou mensagens com uma frequência que impressiona, chegaram aos dias de hoje 820 cartas escritas pelo imperador (...) e acredita-se que ela lhe tenha escrito pelo menos 1000 mensagens (como ele costumava queimar as cartas depois de as ler, apenas 90, restam intactas).”
Quanto à citação inicial, não foi escrita para a Condessa de Barral, apesar desta intensa troca de mensagens, as “histórias mais picantes” foram para a Condessa de Villeneuve, sendo que “algumas mensagens para a condessa lembram o pai.”
E terminamos com mais uma mensagem do Imperador D. Pedro II:
“Não consigo mais segurar a pena, ardo de desejo de te cobrir de carícias” (7 de maio de 1884)
Fonte: Narloch, Leandro (2011) Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, pp.287

4 comentários:

  1. mudam-se os metódos mais as mesmas histórias continuam acontecendo.

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    1. É interessante perceber o quanto evoluímos em alguns aspectos e por outro lado, ficamos parados no tempo. De qualquer forma, que venham mais mensagens românticas que as pessoas gostam, algumas ainda...:)
      Espero contar com a sua presença no blog, que possa segui-lo e fazer parte desta partilha

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  2. Interessante as histórias não mudam!

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